21/12/14

"A criatividade começa com o feio". Uma estética política nas redes.




Foto: www.nuevorumbo.ne



"O novo é um ruído. Ele me perturba, ele é repulsivo. Eu o odeio. A criatividade começa com o feio. [...] O novo se torna informativo. [...] A comunicação total é não informativa, a isso eu chamei de 'kitsch'”).
[...] A rede vibra, ela é um páthos, uma ressonância. [...] Ela destrói o humanismo em benefício do altruísmo.”

Vilém Flusser, Kommunikologie weiter denken – die Bochumer Vorlesungen, Frankfurt am Main, Fischer, 2009, pp. 151-152.

"Em lugar do predeterminado, do controlado e do previsível, o uso do computador para a geração de imagens ou processos artísticos [Hackers] abre as portas ao novo, ao inesperado. Ao forçar o aparato a produzir algo que não estava previamente previsto em sua “programação”, o artista gera informação. As consequências desse gesto são vastas, constituindo o germe da liberdade futura e de uma nova consciência política [ecológica]" (130).

"Enquanto uma das promessas centrais da cultura informática se configura nas possibilidades da ordem e do controle, antigos sonhos da cibernética de Wiener, as chamadas “poéticas do ruído” são exploradas por aqueles desejosos de constituir ontologias menos hierárquicas, ordenadas e essencialistas. Essa contradição, importa assinalar, já se encontrava presente na origem mesmo da cibercultura, que nasceu fraturada entre projetos militaristas de controle e os sonhos libertários da contracultura (Turner, 2006). Ela é, portanto, constitutiva da experiência cibercultural em sua gênese" (126).

Erick Felinto, "Hackers, enxames e distúrbios eletrônicos: erro e ruído como fundamentos para uma poética das redes" in http://www.seminariosmv.org.br/textos/Erick%20Felinto.pdf

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