«Trata-se dum ensaio
fenomenológico sobre a civilização contemporânea, em contraste quer com a
civilização greco-romana (que foi uma modernidade na sua época) quer com o
Antigo Regime europeu: a grande diferença é que, enquanto essas civilizações
tinham fontes de energia meramente biológicas (natureza), a modernidade moderna
ganhou fontes industriais de energia (técnica). A razão dessa diferença está em
duas invenções, a da definição pela filosofia grega e a do laboratório
científico europeu. Como se fez ao longo dos séculos essa CONSTRUÇÃO é o que
ilustram os seis primeiros capítulos, os dois últimos tirando as consequências
da nova visão que a DESCONSTRUÇÃO de Heidegger e Derrida permite, saindo fora
do dualismo sujeito / objecto (herdado do alma / corpo) que ainda domina a
maior parte do pensamento actual, o das `representações' e outras
`informações'. Anuncia-se assim uma nova Fenomenologia, RECONSTRUÇÃO dos
saberes científicos e filosóficos, ou Filosofia com Ciências (obra recente do
autor). A recuperação da Natureza - dos vivos, humanos, animais e plantas -
face à dominação planetária da Técnica implica a tarefa política e ecológica de
controlar democraticamente este sistema global, nomeadamente diminuindo o tempo
semanal de trabalho para garantir emprego pleno a todos os cidadãos.»
Fernando Belo
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