16/11/13

E-book: «Da Natureza à Técnica, da modernidade antiga à moderna (construção, desconstrução, reconstrução)» - por Fernando Belo







«Trata-se dum ensaio fenomenológico sobre a civilização contemporânea, em contraste quer com a civilização greco-romana (que foi uma modernidade na sua época) quer com o Antigo Regime europeu: a grande diferença é que, enquanto essas civilizações tinham fontes de energia meramente biológicas (natureza), a modernidade moderna ganhou fontes industriais de energia (técnica). A razão dessa diferença está em duas invenções, a da definição pela filosofia grega e a do laboratório científico europeu. Como se fez ao longo dos séculos essa CONSTRUÇÃO é o que ilustram os seis primeiros capítulos, os dois últimos tirando as consequências da nova visão que a DESCONSTRUÇÃO de Heidegger e Derrida permite, saindo fora do dualismo sujeito / objecto (herdado do alma / corpo) que ainda domina a maior parte do pensamento actual, o das `representações' e outras `informações'. Anuncia-se assim uma nova Fenomenologia, RECONSTRUÇÃO dos saberes científicos e filosóficos, ou Filosofia com Ciências (obra recente do autor). A recuperação da Natureza - dos vivos, humanos, animais e plantas - face à dominação planetária da Técnica implica a tarefa política e ecológica de controlar democraticamente este sistema global, nomeadamente diminuindo o tempo semanal de trabalho para garantir emprego pleno a todos os cidadãos.»

Fernando Belo
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Indíce:

09/11/13

"Nós sabemos que a austeridade não funciona. É apenas pura ideologia ."

"Nós sabemos que a austeridade não funciona. É apenas pura ideologia - a visão [judaico-cristã] que nos diz que tens sido pecador e necessitas de uma redenção através do pânico [sofrimento-castigo]."

Joseph E. Stiglitz - Prémio Nobel da Economia in 
http://www.irishexaminer.com/business/nobel-winner-ideas-behind-austerity-are-misguided-249063.html



Para compreendermos a crise, teremos de reformular a nossa linguagem. Sermos directos e radicais como Stiglitz, sem papas na língua.

 As "papas" que nos amolecem e cegam são feitas com uma linguagem mítica de crença religiosa disfarçada de discurso económico. Uma ideologia profunda de agressão e competição que se apoia essencialmente no patriarcalismo de origem judaico-cristã. Quando os economistas "religiosos" do neo-liberalismo nos falam da crise, apresentam-na, tal como fazem os monoteísmos ocidentais, como consequência dos nossos pecados, excessos de consumo, que deverão ser perdoados por uma pena de sofrimento.

O discurso económico da austeridade é uma pura ideologia baseada numa crença. Parecendo ser forte e consensual, está ferido de morte pelo seu vazio conceptual. Funciona principalmente pela inércia dos milhões de seres humanos moldados e formatados para o egocentrismo e o narcisismo.

Como dizia profeticamente Ben Halpern em 1961, a verdadeira crise, a crise deste modo ocidental de viver, está cada vez mais visível.  "At this point, culture becomes decadent and society, so unified, stagnates.  Only petty interested motives prevail, and the breakdown of social consensus is imminent." (Ben Halpern, "Myth" and "Ideology" in Modern Usage"  History and ​Theory, n.1, 1961, p. 146)