15/08/14

Música Ecosófica - Ashra "New age of Earth"



Ashra - New Age Of Earth



New Age of Earth is an album by proto-electronica group Ashra. It was released in 1976 on Isadora Records (Wikipedia).


https://www.youtube.com/watch?v=_uxxQWM38VU





Letra B - Abecedário de perguntas sobre a ecosofia. "Biologia ". Haverá uma biologia ecosófica com Teresa Avelar e António Damásio?

Abecedário de perguntas sobre a ecosofia. Letra B - "Biologia". 

Haverá uma biologia ecosófica com Teresa Avelar e António Damásio? A biologia moderna é ainda antropocêntrica? Como ter uma visão ecosófica do Homo Sapiens, uma visão descentrada? 

Três notas sobre a Biologia antropocêntrica.


"1. A minha observação crítica à Teresa Avelar e ao António Damásio, ao paradigma dominante da biologia, consiste em que este se situa na ontoteologia europeia pós-kantiana: partem do 'sujeito' (animal ou humano) e neste da célula e do ADN, [partem] portanto do DENTRO para o que chamam ambiente, FORA, e os seus raciocínios, teorias e experimentações são feitos nesse epistema, como diria M. Foucault. Partem do dentro para fora.


2. A cena ecológica corresponde ao MUNDO do Ser e Tempo e ao EREIGNIS do Tempo e Ser: é ela que faz doação de cada vivo retirando-se, quer pela procriação a partir da semente de outros vivos, quer pela alimentação; isto é, é DE FORA que o DENTRO da cada animal ou humano é constituído, segunda a lei da selva que rege justamente a alimentação dos animais a partir doutros vivos, plantas ou animais.


3. Fiquei muito chocado por Teresa Avelar não ter compreendido esta lei, que permite compreender a anatomia dos animais, invertebrados ou vertebrados, o que me parece dever-se justamente ao epistema ontoteológico que disse atrás. Também é claro que o neurólogo António Damásio padece do mesmo epistema que ignora a grande reviravolta filosófica do Heidegger, com 85 anos. Grande lentidão do pensamento filosófico a chegar às ciências? Ou nunca vai lá chegar? Não o saberei nunca, dada a lentidão e a minha idade."

Resposta de Fernando Belo, filósofo.


Eu gostei de tudo que vi no Facebook durante dois dias. Aqui está o que me sucedeu depois.



"O "gostar" e o "favorito" são as novas métricas de sucesso, muito literalmente. Não são apenas os ego-feeders para as coisas que colocamos on-line, como indivíduos, mas os anunciantes também acompanham as suas campanhas no Facebook pela frequência com que elas são "queridas". [...] Gostar, no facebook, é um ato económico.

Eu gostei de tudo, no Facebook. Ou pelo menos foi o que eu fiz, durante 48 horas. Literalmente tudo o o que Facebook me enviou, eu gostei de tudo, mesmo o que eu odiava. Decidi embarcar numa campanha de gostar de tudo de forma consciente, para ver como isso afetaria o que o feed do Facebook me mostrava. Eu sei que isso soa como um golpe (e foi), mas também foi realmente apenas uma experiência em aberto. Eu não tinha certeza de quanto tempo eu iria mantê-la (48 horas era tudo que eu podia suportar) ou o que eu aprender (possivelmente nada.)

Os Robôs do Facebook, comandados pelo algoritmo dos programadores, decidiram que a maneira de manter a minha atenção era escondendo as pessoas e só me mostrando as coisas que outras máquinas têm bombeado para fora. Estranho.

Quando fui para a cama na primeira noite, no meu feed de notícias, as atualizações que eu vi foram (por ordem): Huffington Post, Upworthy, Huffington Post, Upworthy, anúncio publicitário de um Levi, Space.com, Huffington Post, Upworthy, The Verge , Huffington Post, Space.com, Upworthy, Space.com.

Além disso, antes de me meter na cama, eu me lembro de pensar "Ah, merda. Eu tenho que gostar de algo sobre Gaza ", e cliquei o botão "Gosto", num post com uma mensagem pró-Israel.

Na manhã seguinte, os itens no meu feed de notícias haviam mudado muito, muito para a direita conservadora. [...] O jornal "Tribuna Conservadora" aparece de novo, e de novo, e de novo no meu Feed de notícias. Eu comecei a aprender a sua sintaxe muito particular. Foi algo como isto que apareceu no meu feed do facebook:






A frase contando algumas notícias controversas. Boa! 


A frase explicando por que isso é bom. 



A chamada à ação, muitas vezes terminando com uma pergunta?



Este é um problema muito maior do que o Facebook. Isso me lembrou do que pode correr mal na sociedade, e porque nós agora muitas vezes falamos um "com" o outro, em vez de um "para" o outro. Montamos as nossas "queridas" bolhas de filtro político e social que se reforçam a elas próprias. As coisas que lemos e assistimos tornaram-se cada vez mais hiper-nicho, cada vez mais dentro de uma bolha fechada e tribal,  onde apenas se atendem os nossos interesses específicos. Descemos para os buracos dos coelhos, fechados nos nossos interesses especiais, até que nos sentimos perdidos no jardim da rainha, amaldiçoando todo o mundo que vive acima do solo, fora dos buracos.

Enquanto eu via as mudanças a sucederem-se, o que eu nunca esperava foi o impacto que o meu comportamento teve sobre os feeds dos meus amigos. Eu ficava pensando que o Facebook iria limitar-me, mas em vez disso, ficou cada vez mais voraz. O meu "feed" de notícias transformou-se num desfile  de marcas e de marketing político e, como eu interagia com eles, o Facebook obedientemente informou todos os meus amigos e seguidores.

Quando eu postei uma atualização de status no Facebook dizendo "eu gosto de você", eu ouvi de muitas pessoas que a minha atividade esquisita tinha inundado os seus feeds. "O meu newsfeed é composto por 70 por cento coisas que o Mat gostou", observou o meu amigo Heather."

, ""I Liked Everything I Saw on Facebook for Two Days. Here’s What It Did to Me", in Wired, 11 de Agosto de 2014.


Tradução de José Pinheiro Neves



Versão original:

"I Liked Everything I Saw on Facebook for Two Days. Here’s What It Did to Me"

"The like and the favorite are the new metrics of success—very literally. Not only are they ego-feeders for the stuff we put online as individuals, but advertisers track their campaigns on Facebook by how often they are liked. A recent New York Times story on a krill oil ad campaign lays bare how much the like matters to advertisers. Liking is an economic act.


I like everything. Or at least I did, for 48 hours. Literally everything Facebook sent my way, I liked—even if I hated it. I decided to embark on a campaign of conscious liking, to see how it would affect what Facebook showed me. I know this sounds like a stunt (and it was) but it was also genuinely just an open-ended experiment. I wasn’t sure how long I’d keep it up (48 hours was all I could stand) or what I’d learn (possibly nothing.)

Facebook’s robots decided that the way to keep my attention is by hiding the people and only showing me the stuff that other machines have pumped out. Weird.

As I went to bed that first night and scrolled through my News Feed, the updates I saw were (in order): Huffington Post, Upworthy, Huffington Post, Upworthy, a Levi’s ad, Space.com, Huffington Post, Upworthy, The Verge, Huffington Post, Space.com, Upworthy, Space.com.


Also, as I went to bed, I remember thinking “Ah, crap. I have to like something about Gaza,” as I hit the Like button on a post with a pro-Israel message.



By the next morning, the items in my News Feed had moved very, very far to the right. I’m offered the chance to like the 2nd Amendment and some sort of anti-immigrant page. I like them both. I like Ted Cruz. I like Rick Perry. The Conservative Tribune comes up again, and again, and again in my News Feed. I get to learn its very particular syntax. Usually it went something like this:

A sentence recounting some controversial news. Good!


A sentence explaining why this is good.



A call to action, often ending with a question?

This is a problem much bigger than Facebook. It reminded me of what can go wrong in society, and why we now often talk at each other instead of to each other. We set up our political and social filter bubbles and they reinforce themselves—the things we read and watch have become hyper-niche and cater to our specific interests. We go down rabbit holes of special interests until we’re lost in the queen’s garden, cursing everyone above ground.

While I expected that what I saw might change, what I never expected was the impact my behavior would have on my friends’ feeds. I kept thinking Facebook would rate-limit me, but instead it grew increasingly ravenous. My feed become a cavalcade of brands and politics and as I interacted with them, Facebook dutifully reported this to all my friends and followers.

When I posted a status update to Facebook just saying “I like you,” I heard from numerous people that my weirdo activity had been overrunning their feeds. “My newsfeed is 70 percent things Mat has liked,” noted my pal Heather."